Esta é uma expressão de Fred Adler, financista, cujo tema está inserido no livro Segredos de Finanças, de Stuart Warner (2012).
Como Executivo de Contabilidade e Finanças, felizmente desenvolvi e estendi minha carreira em Operações, Venda e Fidelização de Clientes, e afirmo que o Fluxo de Caixa Positivo é a ponta do iceberg. E isso é aplicável a qualquer área ou segmento de atuação.
Abaixo do nível da água, os gestores não estão atentos ao fato de que tudo na empresa é vaso comunicante, e que toda e qualquer decisão empresarial é uma decisão financeira. Alguns profissionais estão mais preocupados em oferecer aos clientes mais do que estes se propuseram a pagar, portanto, estão pouco atentos, possivelmente por desconhecimento dos efeitos no caixa da empresa.
Para demonstrar isso e ajudar nossos clientes, desenvolvemos em nossa Consultoria um ferramental que segue o caminho do lucro (se ele existir, é claro) que, resumidamente, comento.
- Lucro econômico – se baseia na DRE (Demonstração de Resultados) e no EBITDA (Earnings Before Interest, Depreciation and Amortization), que corresponde ao nosso LAJIDA (Lucro antes de Juros, Impostos sobre o Lucros, Depreciação e Amortização), ou seja, é o lucro operacional com efeitos no caixa que, minimamente, deve ser de 12% sobre as vendas líquidas (que, claro, deve ser de acordo com o segmento de atividade, mas 12% é o mínimo aceitável). O anseio de vender privilegiando volumes, não estar atento à inflação interna de custos, a baixa produtividade de mão de obra, a falta de reajuste de preços e o alto custo administrativo contribuem para a erosão do LAJIDA. Muitas empresas têm despesas administrativas que consomem 80% a 90% do resultado das operações, o que diminui sua capacidade de investimentos.
- Gestão do Capital de Giro Operacional – corresponde à gestão do ciclo financeiro: prazo concedido a clientes, acrescido dos estoques e deduzido dos fornecedores. Esta apuração deve ser em dinheiro e nunca somente em dias. Como exemplo, se concedemos 90 dias de prazo a clientes e pagamos fornecedores em 20 dias, isso significa que pagaremos várias vezes fornecedores, folha de pagamento, impostos sobre vendas e despesas administrativas, antes do primeiro recebimento, no 90º dia. A comissão sobre vendas, quando voltada unicamente ao fator vendas, pode acelerar esse tipo de situação, provocando consumo do caixa.
- Investimentos em ativo fixo – todo projeto deve ter uma análise, com tempo de retorno: PBD (Payback Descontado), TIR (Taxa Interna de Retorno) e VPL (Valor Presente Líquido). Este último representa se a empresa está obtendo riqueza, pois sendo positivo, significa que pagou seu custo de capital. A outra questão, nem sempre levada em consideração, é o tempo mínimo de contrato. Por exemplo, se um contrato (PBD) se paga em 24 meses, somente a partir do 25º mês é que o projeto dará retorno.
- Retirada de lucros e dividendos pelos sócios, com base no lucro contábil e não no lucro disponível (após itens 1 a 3 acima), leva a empresa à tomada de empréstimos para suprir uma falta de gestão financeira, minimamente aceitável. Desta forma, se o produto da soma dos itens 1 a 3 perfizer R$ 1 milhão, deve haver uma limitação para a retirada de dividendos, por exemplo, 40%, mantendo-se a capacidade de reinvestimento no negócio, por meio da fonte de financiamento mais barata: o lucro.
- Confundir lucro com retorno – o lucro é um percentual sobre as vendas e nem sempre é suficiente para remunerar o investimento realizado. Desta forma, se há um investimento de R$ 2 milhões em um projeto e o retorno mínimo dos sócios (que inclui resultado financeiro + riscos do projeto) seja de 3% ao mês, significa que se deseja, no mínimo, R$ 60 mil por mês. Se o lucro mensal for R$ 40 mil, isso representa que o projeto diminuiu a riqueza dos sócios em R$ 20 mil. Por outro lado, se deu R$ 80 mil de retorno, indica que a riqueza dos sócios aumentou R$ 20 mil.
As empresas não quebram por falta de lucros, mas por falta de caixa e todos esses itens integrados contribuirão para o sucesso do empreendimento, pois não vale tomar decisões somente pelo saldo do caixa.
A capacidade de reinvestimento permite investir em inovações, novos produtos, mantendo-se competitivo, sendo uma diferenciação perante os concorrentes.
Portanto, fazer análises a curto prazo pelo instrumento utilizado pelos gerentes de Finanças (que pensam em contas a pagar e contas a receber, sem análise analítica dos pontos citados neste artigo), cujo instrumento controla entradas e saídas (modelo direto), é uma solução pífia, de baixa qualidade de gestão, sem fundamento e de alto risco.
Recomenda-se utilizar instrumentos de gestão avançada, inclusive aplicável nos momentos de elaboração do Orçamento Empresarial, que avalia a capacidade de crescimento nas vendas e sua respectiva capacidade de investimento e financiamento das operações, cujo modelo que desenvolvemos em nossa Consultoria pode atendê-lo e melhorar a gestão, com aumento da riqueza (EVA – Economic Value Added) de sua empresa.
Fonte:
WARNER, S. Segredos de Finanças. São Paulo: Editora Fundamento, 2012.