- Metodologia de apuração
A JLucentini – Consultores Associados mensalmente presta informação qualitativa, objetivando orientar os gestores de empresas de alimentação a respeito da inflação dos gêneros alimentícios, e seus impactos na erosão dos lucros.
A nossa metodologia considera preço à vista nos maiores atacadistas do Estado de São Paulo, tomando-se um cardápio-base composto por itens componentes do desjejum, almoço (incluindo sopa), lanche e jantar.
- Inflação em abril/2024
Conforme apuração realizada pela Consultoria JLucentini, o mês de abril findou com um aumento de 4,10% nos preços dos alimentos. E o mesmo movimento de alta foi registrado no índice do IPCA-15 (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo), que perfez 0,21%. Esse aumento veio principalmente dos grupos compostos por proteína (9,37%), guarnição (6,15%), molhos e temperos (6,79%), e café (4,08%).
A carne apresentou o maior aumento de valor, subindo 6,03% em relação ao mês anterior. Os preços mais altos de carnes de aves, bovinas e ovinas compensaram uma pequena queda na carne suína, que foi afetada pela baixa demanda na Europa Ocidental e pelos principais importadores, especialmente a China, segundo a FAO (Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura).
A alimentação no domicílio ficou, em média, 0,74% mais cara em abril. Houve aumento nos preços das guarnições, onde os alimentos que mais subiram nesse grupo foram a mandioca (46,60%), o espinafre (21,75%), a escarola (11,89%), a cenoura (18,30%) e a batata (2,45%).
Os preços dos molhos e temperos também subiram, devido ao aumento principalmente do shoyo, que disparou 23,80%, e do azeite, com alta de 4,13%. Por mais que tenham caído os preços do vinagre (-1,24%), do óleo de soja (-3,02%) e do sal (-12,77%), isso não foi o suficiente para impedir a alta.
Fora de casa, o custo da alimentação subiu 0,25%, o que representa uma desaceleração em relação a março (0,59%). O preço da refeição subiu apenas 0,07% em abril, após alta de 0,76% no mês anterior.
Fonte: JL Consultoria Empresarial.
Com relação às quedas dos preços, citam-se os grupos: arroz (-9,21%), feijão (-4,94%), sopa (-2,67%) e as saladas (-0,60%). Também tiveram queda os preços das farinhas, féculas e massas (-0,6%), como a farinha de trigo (-2,3%), macarrão (-1,3%) e farinha de mandioca (-1,3%).
A baixa nos preços do arroz é devido ao mercado interno do produto, que manteve uma postura de cautela ao final da segunda semana de abril, com pequenas flutuações diante de um panorama climático ainda incerto.
Embora algumas commodities significativas no índice ao produtor, como a soja, estejam experimentando um aumento de preços, um amplo conjunto de outras matérias-primas, incluindo minério de ferro, feijão e milho, apresenta uma tendência de queda.
Em abril foi previsto o término do El Niño, fenômeno que aquece as águas do Oceano Pacífico e bagunça o clima no Brasil. A previsão era que o tempo ficasse mais estável e previsível, principalmente no Sudeste e Centro-Oeste. Assim, a produção de hortaliças, legumes e verduras sofreram menos, o que barateou os custos para o produtor e o preço para o bolso do consumidor.
- Índices oficiais versus índices reais de inflação da alimentação
Comparativamente aos índices oficiais, temos o seguinte quadro, que corrobora com o cálculo acima: reajuste nos preços de venda versus inflação nos alimentos (fonte: Valor Consulting e ABERC).
Índice | Abril/24 | Acumulado
2024 |
Últimos
12 meses |
Acumulado
2023 |
Índice da JL Consultoria | 4,10 % | 7,40% | 14,20% | 5,00% |
IPCA | 0,21% | 1,67% | 3,77% | 4,62% |
INPC (mar.) | 0,19% | 1,57% | 3,39% | 3,70% |
IGPM | 0,31% | -0,60% | -3,04% | -3,18% |
IPA M | 0,29% | -1,46% | -5,41% | -5,60% |
IPC-M | 0,32% | 1,73% | 3,00% | 3,40% |
FIPE | 0,33% | 1,51% | 2,77% | 3,15% |
Como temos destacado em artigos anteriores, há deterioração no lucro das empresas de alimentação corporativa, pois apesar de uma tendência de queda no índice, a inflação há alguns meses atingiu a casa de 25% no acumulado. Isso significa que os reajustes nos preços serão realizados, por exemplo, via IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo) e índices menores, que não levam em consideração a inflação elevada dos últimos 12 meses.
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JLucentini Consultoria
Referências bibliográficas:
NALIN, C. Alimentos sobem triplo da inflação, mostra IPCA-15. Veja o que mais subiu. Disponível em: https://oglobo.globo.com/economia/noticia/2024/04/26/previa-da-inflacao-desacelera-para-021percent-em-abril.ghtml. Acesso em: 06 de mai. 2024.
PRESSINOTT, F. Preço do arroz cai e repasse chega aos supermercados. Disponível em: https://globorural.globo.com/agricultura/arroz/noticia/2024/04/preco-do-arroz-cai-e-repasse-chega-aos-supermercados.ghtml. Acesso em: 06 de mai. 2024.
REUTERS. Preços mundiais dos alimentos sobem em abril pelo 2º mês, diz agência da ONU. Disponível em: https://forbes.com.br/forbesagro/2024/05/precos-mundiais-dos-alimentos-sobem-em-abril-pelo-2o-mes-diz-agencia-da-onu/. Acesso em: 06 de mai. 2024.
UDESC – Universidade do Estado de Santa Catarina. Inflação é menor em abril, mesmo com alta dos alimentos, mostra índice da Udesc Esag. Disponível em: https://www.udesc.br/noticia/inflacao_e_menor_em_abril__mesmo_com_alta_dos_alimentos__mostra_indice_da_udesc_esag. Acesso em: 06 de mai. 2024.