Este texto recebi do consultor Dino C. Mocsányi, há muitos anos. Como é um assunto que cada dia mais é pertinente nas organizações, resolvi elaborar este artigo, com as adaptações de minha parte, mudando a forma, mas não a sua essência. De início, cabe ressaltar que aquele que “traz um macaco no ombro” está com o problema e “passar o macaco adiante” para outra pessoa significa se livrar desse problema.
Temos evidenciado que alguns donos, executivos ou gerentes de empresas se preocupam com pequenos problemas e não com aqueles atinentes à sua responsabilidade, por exemplo, relacionados à questão estratégica, conforme quadro abaixo.
Um dos exemplos que evidenciamos foi o dono de uma empresa que tinha comunicação direta por WhatsApp com os funcionários do plano operacional, “passando por cima” do gerente da área de vendas e, este, ao orientar a equipe, ouvia que “o sr. Paulo (o dono), já nos orientou a fazer de outra forma”. Essa linha direta desmotivava os gerentes, provocando uma rotatividade alta na função. Por isso, cada vez mais, os candidatos evitavam os processos seletivos dessa empresa, face ao fato de já conhecerem o modus operandi, tornando a companhia malvista no mercado.
Há, ainda, casos clássicos como um funcionário (Marcos) que encontra o gerente (Pablo) que, num cafezinho, pergunta de forma gentil: “como estão as coisas, Marcos?”.
Marcos responde: “estamos com um probleminha que é…” e explica a situação. Pablo responde: “você fez bem em ter me procurado, estou saindo agora, vou pensar no assunto e depois te chamo’. Caso Pablo esqueça, passará a ser cobrado por e-mail por Marcos, ou seja, o macaquinho (problema) foi passado de Marcos (funcionário) para Pablo (gerente).
Os exemplos que temos evidenciado em alguns casos, compreendem:
a) Não saber delegar autoridade e responsabilidade, cobrando pelos resultados e, erroneamente, interferindo nos processos;
b) Desrespeito ao chefe ou gerente da equipe;
c) Boicote da equipe em relação ao gerente, para ficar bem com o dono da empresa;
d) Dono ou gerente gostar de contratar pessoas que obedeçam e não profissionais que conheçam a função melhor que o dono;
e) Cabotinismo e narcisismo;
f) Não estar preocupado com o estratégico (seu trabalho), mas com picuinhas;
g) Não possui uma agenda de trabalho, definindo:
-
- O que é importante e urgente
- O que é importante e não urgente
- O que não é importante, mas urgente
- O que não é importante nem urgente
h)Reuniões de apresentação e análise de resultado que ocorrem muito depois do fechamento do mês (sem tempo para qualquer ação operacional), mas “tirando esqueletos do armário” e buscando culpados, o que é um horror e desmotiva as equipes. Houve casos em que alguns gerentes tomavam calmante antes da reunião com o Diretor Financeiro de um fundo de investimentos.
Outro tema é a passagem do macaco e a perda de tempo representada pelo e-mail, cujo excesso deixa todos estressados com a quantidade de mensagens invasivas e sem relevância, sem contar na perda de tempo em limpar a caixa de entrada. Isto representa um dos maiores ladrões de tempo e produtividade, havendo pesquisas que revelam que equipes inteiras perdem mais de um mês de trabalho, por ano somente, conferindo e-mails.