1. Metodologia de apuração
A JLucentini – Consultores Associados mensalmente presta informação qualitativa, objetivando orientar os gestores de empresas de alimentação a respeito da inflação dos gêneros alimentícios, e seus impactos na erosão dos lucros.
A nossa metodologia considera preço à vista nos maiores atacadistas do Estado de São Paulo, tomando-se um cardápio-base composto por itens componentes do desjejum, almoço (incluindo sopa), lanche e jantar.
2. Inflação em maio/2024
O grupo de alimentos e bebidas, segundo apuração da Consultoria JLucentini, apresentou alta de 0,60% em maio, acompanhando a mesma evolução de preços indicada pelo IPCA-15 (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo), que perfez 0,46%.
Parte da explicação da alta na comida está nos preços dos tubérculos, raízes e legumes, que subiram consideravelmente, como observado nos grupos da sopa (7,19%) e das guarnições (1,19%). O destaque vai para a batata-inglesa, que subiu 34,21%, tendo sido o maior impacto individual dentre todos os produtos e serviços apurados.
A mudança das safras é um dos fatores relacionados ao aumento do preço do tubérculo. Em maio, com o final das safras de verão e início das safras de inverno, onde o clima é mais seco, as plantações sofrem uma redução no desenvolvimento e têm um crescimento devagar, fazendo com que a oferta da batata fique reduzida. Além disso, parte da produção foi afetada pelas fortes chuvas que atingiram o Rio Grande do Sul, que é uma das principais regiões produtoras.
Além da batata, os preços de outros alimentos muito comuns no dia a dia das famílias brasileiras também ficaram mais altos em maio. A cebola foi um dos itens que teve alta de destaque (23,78%), assim como o tomate (30,41%) e a alface (2,74%). Outro aumento identificado foi do arroz, que subiu 9,28%, e a proteína, com aumento de 0,49%, ambos como consequências do desastre natural que ocorreu no Rio Grande do Sul.
Fonte: JL Consultoria Empresarial.
Apesar da alta neste grupo, o item alimentação no domicílio desacelerou de 0,81% em abril para 0,66% em maio. A explicação está na queda de alguns itens, como feijão, café e as frutas.
O feijão caiu -13,21% e essa variação dos preços pode ser atribuída à crescente demanda pelo produto. Além disso, alguns produtores já começaram a reduzir a oferta. Os preços do café caíra, -0,89%, por pressão das condições climáticas e, com esse cenário, derrubou as cotações do robusta na Bolsa e desacelerou os preços na venda.
Já na baixa das frutas de -0,86%, o principal alimento com queda em maio foi a banana (-12,39%): a maior oferta da banana d’água (também conhecida como nanica) pressionou os preços da banana prata, e as duas abaixaram. A laranja-pera seguiu a redução e perfez -5,71%.
3. Índices oficiais versus índices reais de inflação da alimentação
Comparativamente aos índices oficiais, temos o seguinte quadro, que corrobora com o cálculo acima: reajuste nos preços de venda versus inflação nos alimentos (fonte: Valor Consulting e ABERC).
Índice | Maio/24 | Acumulado
2024 |
Últimos
12 meses |
Acumulado
2023 |
Índice da JL Consultoria | 0,60 % | 7,70% | 14,20% | 5,00% |
IPCA | 0,46% | 2,26% | 3,92% | 4,62% |
INPC | 0,46% | 2,42% | 3,33% | 3,70% |
IGPM | 0,89% | 0,28% | -0,34% | -3,18% |
IPA M | 1,06% | -0,42% | -1,73% | -5,60% |
IPC-M | 0,44% | 2,17% | 2,96% | 3,40% |
FIPE | 0,09% | 1,60% | 2,65% | 3,15% |
Como temos destacado em artigos anteriores, há deterioração no lucro das empresas de alimentação corporativa, pois apesar de uma tendência de queda no índice, a inflação há alguns meses atingiu a casa de 25% no acumulado. Isso significa que os reajustes nos preços serão realizados, por exemplo, via IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo) e índices menores, que não levam em consideração a inflação elevada dos últimos 12 meses.
4. Seu lucro está sendo consumido?
Caso sua empresa esteja em situação similar à descrita nesse artigo, nós podemos ajudá-lo. Nossa experiência permitirá ajudar a sua empresa a encontrar a melhor relação custo-benefício em toda a sua cadeia produtiva, de venda e retenção de clientes. Não deixe de nos contatar.
JLucentini Consultoria
Referências bibliográficas:
BAPTISTA, D. A forte demanda sustenta os preços do feijão. Disponível em: https://ruralnoar.tv.br/2024/05/23/a-forte-demanda-sustenta-os-precos-do-feijao/. Acesso em: 15 jun. 2024.
MIATO, B. IPCA: preços sobem 0,46% em maio, com alta forte dos alimentos e já sentindo efeitos das chuvas no RS. Disponível em: https://g1.globo.com/economia/noticia/2024/06/11/ipca-precos-sobem-046percent-em-maio-diz-ibge.ghtml. Acesso em: 15 jun. 2024.
MOURA, B. F. Inflação de maio sobe para 0,46%, influenciada pelos alimentos. Disponível em: https://agenciabrasil.ebc.com.br/economia/noticia/2024-06/inflacao-de-maio-sobe-para-046-influenciada-pelos-alimentos. Acesso em: 15 jun. 2024.
VINHAS, A. Preço do arroz sobe e impacta a cesta básica de 15 capitais, diz Dieese. Disponível em: https://noticias.r7.com/prisma/conta-em-dia/preco-do-arroz-sobe-e-impacta-a-cesta-basica-de-15-capitais-diz-dieese-07062024/. Acesso em: 15 jun. 2024.