Acredito que para a maioria dos brasileiros em 2023, as incertezas com as novas políticas econômicas são preocupantes.
Em um passado recente de pandemia, sofremos com uma inflação monstruosa que fez o brasileiro perder seu poder de compra de forma agressiva.
Com a entrada de um novo governo no âmbito federal, o mercado fica em uma posição difícil para prever se ainda continuaremos em desinflação ou se sofreremos novamente com a inflação alta, que é um fantasma que nos assombra de tempos em tempos.
Com a PEC (Proposta de Emenda à Constituição) de furar o teto de gastos do orçamento em R$ 170 bilhões, o governo federal terá carta branca para gastar esse valor com benefícios e promessas de campanha.
A maior questão é: de onde esse dinheiro virá? Quem vai pagar essa conta?
O grande medo do mercado é o aumento de impostos para bancar essas despesas, já que esse valor não será aplicado em investimentos, ou seja, não dará retorno no futuro, e sim será usado para pagar contas convencionais.
Outra questão que pode refletir no curto prazo é a interferência do governo federal nas políticas de preço dos combustíveis da Petrobras, que hoje é balizada pelo valor internacional do barril de petróleo, mas que o governo atual já sinalizou que terá interferência para tentar abaixar os preços.
Lembrando de ações políticas anteriores, partidárias desse mesmo governo, como o congelamento de preços, por exemplo, sabemos que muitas não deram certo e acabaram gerando uma dívida pública monstruosa para a Petrobras, e quem acabou pagando essa conta foi o contribuinte.
Sabemos que o frete tem um percentual considerável nos preços dos alimentos e, somado à inflação, pode gerar um aumento elevado dos preços, diminuindo o poder de compra da população. Para as empresas de alimentação, é impossível não repassar esses reajustes para o consumidor final. Nossa conclusão é que os donos de restaurantes vão ter que se reinventar na forma de aplicar esses reajustes, além de também precisarem de criatividade nos processos de criação de receitas.
Se alimentos e combustíveis ficam mais caros, tudo fica mais caro. E o reflexo do aumento de preços vai aparecer em todos os segmentos da indústria e do comércio no Brasil. Nós, brasileiros, temos o compromisso de fiscalizar e cobrar nossos representantes políticos para que esse fantasma da inflação não volte a nos assombrar mais uma vez.