A campanha “Minha história na UAN” convida profissionais do setor a compartilharem suas experiências, desde os desafios iniciais até grandes conquistas, criando um mosaico rico de trajetórias na área da Nutrição. Ao unir essas narrativas, a iniciativa visa a não apenas fortalecer a rede de contatos, mas também oferecer aos leitores uma visão genuína do compromisso e paixão que impulsionam a indústria alimentícia. Este é um convite para ampliar horizontes, promover aprendizado e enriquecer a comunidade profissional do segmento, conectando profissionais e compartilhando insights valiosos.
DA DÚVIDA À DEDICAÇÃO
Por Aline Ganeo
Nasci em Piracicaba/SP e foi lá que toda a minha história deu início nessa trajetória na UAN. Comecei em um curso técnico de Nutrição, com apenas 16 anos, sem saber muito o que encontraria nesse caminho, e me formei em 2005.
Não foi uma paixão à primeira vista e nem era um sonho entrar no curso técnico, muito menos realizar um estudo de mercado (aos 16 eu nem sabia o que era isso), mas tratou-se de uma exclusão de outros cursos disponíveis na época, com os quais eu não me identificava.
Terminei o curso técnico em Nutrição e no fim me identifiquei com a área. Logo, em 2006 ingressei na graduação pensando em dar seguimento ao assunto que eu já havia me dedicado até então.
Várias coisas aconteceram nesse período entre o início e o fim da faculdade: entrei como bolsista, perdi minha bolsa, fui obrigada a trancar o curso e Deus me colocou para trabalhar como técnica em Nutrição no maior hospital da minha cidade naquela época, que era referência também para os municípios menores ao redor.
Perder a bolsa me forçou a iniciar de fato a minha carreira e logo de cara em uma UAN hospitalar, um dos locais mais complexos que já trabalhei, com muitas refeições, muitos serviços, uma equipe gigantesca e tudo acontecendo ao mesmo tempo… É um lugar onde clínica e UAN se misturam o tempo todo e foi essa a minha primeira escola prática.
A partir daí nunca mais parei. Eu trabalhava para poder bancar a faculdade, que agora era em outra cidade, e depois de formada ingressei em uma grande empresa nacional de alimentação coletiva como nutricionista trainee. Entrei em uma unidade onde outra gerente me treinou por três meses e logo depois assumi uma pequena unidade sozinha. Desde então, me mantenho nessa área.
Tenho que confessar para vocês que bem lá atrás eu pensei em desistir da UAN e partir para alguma outra área da Nutrição. Eu também já fui aquela nutricionista que reclamava da área e achava que trabalhar na alimentação coletiva se resumia a ficar dentro de uma cozinha para o resto da vida, e eu me sentia infeliz com o que fazia. Foi quando entendi que ou abraçava de vez a UAN e tentaria fazer o meu melhor nessa área ou deveria abandoná-la de vez, pois não dava para continuar sendo mais ou menos.
Como vocês podem ver, segui a primeira opção.
Abracei a UAN com todas as minhas forças e me dediquei a ela (me dedico até hoje), comecei a mudar a minha forma de pensar, passei a estudar mais sobre o assunto, comecei a querer entender mais, a buscar mais, e comecei a enxergar um horizonte imenso de possibilidades, caso continuasse a me dedicar.
Me aperfeiçoei, busquei muitos cursos voltados para várias áreas que nada têm a ver diretamente com a base da Nutrição, mas estudei gestão, custos, liderança, entendi a fundo o que eu realmente precisaria fazer para gerenciar uma unidade. E por incrível que pareça, me apaixonei por todos esses assuntos. Mas eu não queria só a teoria e fui buscar a prática.
Me aventurei em diversos segmentos da UAN, comecei na UAN hospitalar, já atuei na UAN industrial, no varejo, na UAN escolar e hoje tenho comigo a missão de mostrar para os profissionais recém-formados que trabalhar na UAN é, sim, muito desafiador, mas que podemos ir muito além da cozinha se enxergarmos a área de alimentação coletiva como ela realmente é: a área de maior possibilidade de crescimento profissional dentro da Nutrição.
Hoje percebo que essa virada de chave foi o que separou uma nutricionista frustrada e infeliz de uma nutricionista que hoje sabe onde pode chegar.
E hoje venho aqui dividir a minha história que pode ser a mesma de diversos profissionais que ainda estão na dúvida ou de muitos que atuam na UAN, mas que ainda não descobriram de fato o potencial que essa área tem. Espero que esse meu relato possa servir de incentivo para alguém e que mais pessoas descubram que a UAN pode ser muito mais recompensadora do que elas imaginam!