Um excesso de qualidade pode se transformar numa desvantagem, passando a ser um defeito.
O comportamento de quem tem alto conhecimento em algum tema e na sua forma de agir e, ainda, a manifestação de superioridade, com excesso de orgulho, vaidade, soberba ao não dar ouvidos a outrem, em determinado assunto que domina, pode se transformar em defeito.
Eu tenho debatido esses temas em situações que me confronto nas sessões de coaching e mentoring, bem como evidenciei muitos casos comuns nas organizações.
Esse foco, totalmente comportamental, prejudica a ascensão de carreira de qualquer executivo e, em geral, transmite insegurança às equipes e colegas de trabalho.
Há alguns exemplos que identificamos: aquele profissional que demonstra muita determinação pode se transformar em teimosia, pelo fato de julgar que seus pontos de vista devem prevalecer, não acatando opiniões distintas e, ainda, compreender os impactos das suas ações nas pessoas, nos processos organizacionais. Uma medida boa no curto prazo, em sua opinião, pode desencadear problemas no médio e longo prazo.
O segundo exemplo é o excesso de compreensão que pode ser confundido pela falta de ação. Ao ouvir muitos, com opiniões distintas, pode ficar titubeante em qual medida tomar. Um dos casos que percebemos é do colaborador mais próximo, que o executivo considera, que teve maior influência na decisão, que não foi a melhor.
O terceiro e mais perigoso é o ato da persuasão, que pode ser confundido com manipulação. Os grandes oradores, sobretudo os políticos, adotam esse procedimento em que tentam persuadir para obter vantagens pessoais. Não poderíamos deixar de mencionar Goebels, ministro da propaganda nazista, que dizia: “conte muitas vezes uma mentira que ela se transformará em realidade”, o que requer desse interlocutor uma grande habilidade de persuasão.
Todos nós temos qualidades e defeitos, o importante é saber dosar e reconhecer o momento certo, ético e adequado para utilizar nossas qualidades, evitando que se transformem num defeito.
A postura que devemos adotar deve ser de um caráter ético e íntegro, que enfatize as qualidades positivamente, evitando que a reputação, que é algo que os outros pensam de nós, seja deturpada.