As refeições coletivas estão cada vez mais incorporando inovações tecnológicas para melhorar a eficiência, qualidade e experiência do consumidor. São inúmeras tendências e tecnologias que temos como opções e às vezes fica difícil decidir qual tendência seguir, qual tecnologia usar e como adequá-las ao seu negócio. Essas muitas opções que o mercado oferece estão disponíveis para atender as mais variadas empresas de refeições coletivas. Procurar inovação e melhoria não significa aderir tudo o que o mercado propõe, mas analisar qual a melhor opção, baseando-se na sua proposta de valor, prioridades e demanda, o que é importante aos olhos do seu cliente.
Independentemente das novas tecnologias e tendências de mercado, existem ferramentas que são usadas com maior frequência no nicho de refeições coletivas e algumas do varejo que, inclusive, podemos adaptar ao negócio de coletividade. O programa de fidelização interna é uma delas. Muito utilizado no varejo, os restaurantes promovem ações para fidelizar seus clientes e garantir seu retorno, oferecendo prêmio, bônus ou desconto como recompensa. Em refeições coletivas, comumente nos deparamos com pessoas que optam por pagar uma refeição fora, em vez de usufruir do benefício que a empresa oferece, ou seja, se alimentar no restaurante interno. Para diminuir essa problemática, as empresas podem oferecer programas de fidelização aos funcionários, que além de incentivá-los a frequentar o restaurante, colabora também para o faturamento da unidade, uma vez que o volume não fica oscilando com frequência.
Esses programas podem ser feitos com acúmulos de pontos a cada uma semana/mês inteiro de frequência no restaurante, parcerias com lanchonetes, sorveterias e outros comércios locais, onde ganha-se desconto no estabelecimento próximo à empresa (deve haver uma parceria viável entre o estabelecimento, a empresa que fornece refeições e o cliente). Outros exemplos são cupons para sorteios internos feitos mensalmente ou programas flexíveis integrados, onde o acúmulo de pontos pode ser feito pela frequência no restaurante, participação de eventos, palestras ou lives que a empresa promove/indica. Vale ressaltar que a premiação do programa deve ser alinhada com o que os colaboradores consideram importante. Folgas, prêmios em dinheiro, cupons de descontos, ingressos e vale-presente são alguns prêmios de baixo custo que a empresa pode facilmente aderir.
É indicado também que esse programa de fidelização seja iniciado pelas unidades com maior rotatividade e maior baixa de consumo, e não as que têm mais visibilidade ou melhor resultado financeiro. Fidelização não é uma ação de marketing ou promoção de marca, mas pura gestão de crise, onde o objetivo é solucionar um problema decorrente e não fazer presença nas mídias sociais com a legenda: “Nossa empresa tem cartão-fidelidade”.
Outra ferramenta que se popularizou rapidamente no segmento fora do nosso são os sistemas de monitoramento de estoque. Falta de insumos, produtos em excesso, reposição fora do planejamento, hortifruti sem qualidade e desvio de mercadorias são problemas que por vezes fogem da prioridade da gestora de unidade, mas que a longo prazo impactam negativamente no faturamento da unidade, e quando ocorrido em grande escala (em outras unidades), impacta também no faturamento da empresa. Softwares que rastreiam o estoque de alimentos e ingredientes em tempo real ajudam a evitar a escassez ou desperdício de alimentos, permitindo um planejamento mais eficiente com redução de custos.
Apesar de tecnologias integradas terem um alto custo, elas promovem soluções de problemas e prevenção de crises. A IoT (Internet of Things ou Internet das coisas) dentro de cozinhas industriais envolve o uso de sensores e dispositivos conectados para monitorar e controlar alguns aspectos, dentre eles temperatura e umidade. Sensores conectados podem ser instalados em geladeiras, freezers, fornos e outras áreas para monitorar constantemente a temperatura e a umidade. Isso ajuda a garantir que os alimentos sejam armazenados adequadamente e mantenham a qualidade e segurança.
Controle de energia: Dispositivos de IoT podem ser usados para monitorar o consumo de energia em equipamentos como fogões, fornos exaustores e sistemas de iluminação. Os dados coletados podem ser usados para identificar ineficiências e possibilita a adoção de práticas mais sustentáveis para reduzir o consumo energético.
Rastreabilidade de alimentos é especialmente útil para garantir a segurança alimentar e identificar e rastrear rapidamente qualquer problema relacionado à contaminação ou recalls de alimentos. A IoT permite rastrear a jornada dos alimentos, desde a chegada ao local de armazenamento até o preparo e distribuição.
Inventário Inteligente é uma ferramenta de grande uso que faz a combinação por meio de sensores e etiquetas de identificação, por radiofrequência (RFID), e torna possível monitorar o inventário de alimentos em tempo real. Isso facilita o controle de estoque, reposição de itens e redução de desperdício.
Podemos falar também sobre automação e assistentes virtuais. Essa automação de tarefas na cozinha pode ajudar no ajuste automático de temperatura, controle de tempos de cozimento, dosagem precisa de ingredientes, entre outros. Além disso, a IA (inteligência artificial) oferece assistentes virtuais como alto-falantes inteligentes que fornecem informações sobre receitas/pedidos. Sistemas integrados como estes são muito usados por empresas de fornos inteligentes e cozinhas tecnológicas, como Unox e Rational, dentre outras.
Embora muitas ferramentas sejam utilizadas frequentemente em empresas líderes de mercado ou com alto potencial para implantar tecnologias em suas unidades, é possível adaptá-las à dimensão e realidade da empresa que fornece refeições coletivas, mas que tem um posicionamento não tão vantajoso, comparado a outras. Para finalizar este artigo, decidimos listar como essa análise pode ser feita para implantar ou aderir alguma tendência de mercado ou nova tecnologia. Os principais pontos são:
- Identificar as necessidades específicas do negócio e analisar cuidadosamente as operações que precisam de suporte.
- Fazer uma minuciosa pesquisa de mercado para identificar bem os fornecedores, suas tecnologias, propostas e adequação.
- Avaliar a facilidade de uso das ferramentas escolhidas e garantir que as pessoas que vão manuseá-las estejam aptas para tal;
- Avaliar o custo-benefício da tecnologia que pode ser implantada, quais problemas vai resolver e quanto vai render/economizar.
- Buscar referências e avaliações de quem já usa as ferramentas. Se forem concorrentes de mercado com mesmo potencial, melhor ainda.
As empresas de tecnologias e desenvolvimento de produtos têm nos oferecido uma enorme quantidade de opções para melhorar os serviços, produtos, qualidades, atuação e satisfação do cliente. Mas por que os fornecedores têm tanta dificuldade de se destacar, inovar ou atingir o nível de satisfação que o cliente exige? Falta de adequação e expertise!
Não basta aderir às tendências ou mostrar que sua empresa possui determinadas tecnologias. É preciso analisar o que o mercado está oferecendo, a real necessidade da sua empresa (ou unidade deficitária), o que é importante para o cliente e o que vou entregar aderindo à determinada ferramenta. O excesso de opções e indicações pode causar confusão de gerenciamento. Sugerimos que os responsáveis por sugerir tendências, melhorias e prevenções não esteja apenas atento ao mercado, mas atento à empresa, às unidades e ciente do comprometimento, com a missão de elevar o faturamento da empresa.
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