O fenômeno dos alimentos “fake news” não se limita aos supermercados e lanchonetes; ele também está presente nos cardápios de restaurantes industriais. O segmento de refeições coletivas frequentemente promove categorias e opções saudáveis, nutritivas e equilibradas. No entanto, por trás dessas aparências saudáveis, podem estar altos níveis de sódio, gorduras saturadas, açúcares e aditivos. Considerando que alguns ingredientes podem comprometer nossa saúde a longo prazo, contribuindo para doenças crônicas (como diabetes, obesidade e doenças cardiovasculares), é essencial ter responsabilidade e consciência na hora de planejar a compra de insumos de um cardápio.
Para fazer escolhas mais saudáveis é fundamental desenvolver um olhar sempre crítico sobre o cardápio. Alguns insumos e ingredientes que as unidades de refeições coletivas usam podem estar inclusos na lista de “alimentos fake news”. Evidentemente, alguns podem ser imprescindíveis, mas há como substituir, alternar e moderar o uso. Esta é uma prática que exige habilidade do setor de suprimentos/compras, mas é uma proposta de valor de grande valia para o cliente, que tem como prioridade segurança alimentar e saudabilidade.
Vamos começar com o mais conhecido dentre eles: a carne processada. Alimentos como salsicha, linguiça e até mesmo o presunto são ricos em sódio e gorduras saturadas. Essa categoria já não está sendo mais usada por muitas empresas de coletividade e é importante enfatizar que essa ação deve ser aderida por todas as organizações que buscam oferecer uma refeição saudável. A alimentação diária que fornecemos influencia diretamente na saúde dos colaboradores. Logo, não preciso dizer porque estão sendo removidas essas opções do cardápio.
Queijos processados, como muçarela, cheddar e catupiry também são ricos em gorduras saturadas e aditivos. O indicado é que sejam inclusos no cardápio com baixa frequência ou em receitas pontuais, e não para consumo diário. Molhos prontos para saladas e massas também acompanham altos níveis de açúcar e sódio. Milho enlatado e maionese, embora sejam condimentos populares e frequentes em unidades de alimentação, e até mesmo em casa, são produtos que oferecem ameaça. Algumas versões de milho enlatado podem conter xarope de milho com alto teor de frutose, o que aumenta o teor de açúcar. Já a maionese possui muita gordura saturada e calorias.
Ainda temos os alimentos que consumimos no dia a dia e que ainda assim não sabemos os riscos de consumo em excesso. Barras de cereal contêm muito açúcar adicionado e ingredientes processados. Iogurtes aromatizados costumam ser ricos em açúcares e aditivos. Os sucos de caixinha normalmente têm muito açúcar e poucas fibras, já que a maioria dos nutrientes e fibras da fruta são perdidos durante o processo de fabricação.
Na modalidade frutífera, quatro colheres de sopa de abacate apresentam por volta de 160 kcal. Ainda que a fruta seja enriquecida de gorduras monossaturadas, apesar de boas, estas são bem calóricas. Outro exemplo é a banana. Uma única unidade apresenta em média 50 kcal e 13 gramas de carboidratos, sendo um alimento altamente calórico. Já o coco tem por volta de 1000 kcal cada polpa, ultrapassando metade das gorduras consumidas em muitas dietas de emagrecimento.
As empresas de refeições coletivas de fato têm essa responsabilidade de segurança alimentar, mas os colaboradores e clientes que frequentam as unidades de alimentação também precisam ser responsáveis quanto à escolha fora da empresa. O segredo para uma alimentação equilibrada, de fato, é a moderação.
Procure sempre se informar sobre os alimentos que consume com frequência e considere substituir ou eliminar alguns deles. Não é necessário reduzi-los completamente, pois o importante é consumi-los com moderação e equilibrar suas escolhas. Aprender a fazer escolhas conscientes e informadas é o primeiro passo para uma alimentação saudável e sustentável a longo prazo.