Um dos autores que sigo é Luiz Gaziri, indicado na bibliografia deste artigo,
cuja obra,em grande parte, é relativa ao comportamento.
O princípio da consistência indica que “quanto mais tempo uma pessoa passa acreditando em certas coisas, mais difícil é para ela acreditar em algo novo, principalmente quando esta nova descoberta vai contra tudo ao que sempre acreditou” (GAZIRI, 2016). O princípio destaca, ainda, que são pessoas extremamente teimosas e têm dificuldades em mudar comportamentos, crenças e atitudes.
Alguns pensamentos rodeiam a cabeça dos gestores que, em realidade, são responsáveis pelo direcionamento das organizações e influência às equipes:
- Na minha empresa é diferente;
- A minha equipe não vai entender estas estratégias;
- Não funcionamos desta maneira;
- Meu mercado é muito específico e essas estratégias não funcionam;
- Eu já faço de outro jeito há 30 anos e sempre deu certo;
- O que você colocou no papel eu já sei tudo;
- Estudos são de outros países, não se aplicam ao Brasil.
Dentre as mudanças recentes nos cenários de negócios, oriundas dos efeitos da Covid-19, e que afetaram a saúde financeira das empresas, estão os novos modelos de trabalho do cliente e consumidor, o surgimento do delivery, da dark-kitchen e as inovações tecnológicas e digitais que fazem o mundo girar e funcionar da melhor forma: com inteligência artificial, drones, novas formas de pagamento, automação na indústria, dentre outros.
No segmento de alimentação empresarial a tecnologia 4.0 vem modificando os modelos de trabalho operacional e de gestão, dando maior competitividade aos concorrentes, atentos a essas novas tecnologias. Esse cenário, somado à alta inflação dos gêneros alimentícios em 2021, 2022 e com tendência de alta no decorrer de 2023, farão que a lucratividade média do setor reduza e, aqueles que não se prepararem, poderão encolher ou serem engolidos pelos concorrentes.
Gaziri destaca que o Princípio da Consistência é o maior inibidor de inovação, aprendizado e reciclagem de conhecimentos.
Como consultores empresariais, além de nosso conhecimento prático ao longo de nossas carreiras profissionais, somos obrigados a realizar frequentes atualizações em novas tecnologias, produtos e modelos de gestão, ou seja, investimos, em média, 25% de nosso tempo nesse investimento, para levar esses frutos aos nossos clientes.
O Princípio da Consistência é um cenário que, frequentemente, encontramos como consultores, quando realizamos o diagnóstico empresarial, propondo soluções práticas e nos responsabilizando pela implantação, afinal, tudo na empresa são vasos comunicantes e todo e qualquer evento impacta positiva ou negativamente no caixa da companhia.
Encontramos situações antagônicas, inclusive equipes que desejam manter o status quo, a zona de conforto, seus altos salários e bônus, e influenciam os sócios para abortar determinado projeto.
Lembramos sempre que essa força antagônica, que mantém a zona do conforto, joga contra o seu próprio crescimento, desenvolvimento, flexibilidade, diferenciação e, principalmente, contra o seu sucesso.
Desta forma, o legado e a continuidade da empresa estarão em risco.
Bibliografia:
GAZIRI, L. A incrível Ciência das Vendas. São Paulo: Editora Leader, 2016.