Nas sessões de coaching em que atuamos, utilizamos essa síndrome como ferramenta de trabalho, evidentemente que se aplicável ao coachee (cliente de coaching). A síndrome do impostor é caracterizada por pessoas que têm tendência à autossabotagem e, quando o indivíduo constrói, dentro de sua cabeça, uma percepção de si mesmo de incompetência ou insuficiência. Isso ocorre, pois o cérebro humano possui a pré-disposição em colocar essa sensação de incapacidade e demérito, decorrente da baixa autoestima e insegurança.
As síndromes são definidas como um conjunto de sinais e sintomas que acontecem ao mesmo tempo no indivíduo, que podem ter causas diversas e apresentar diferentes causas, e não apenas uma definida. São determinadas, em geral, por um conjunto de sintomas, diferenciando-se das doenças que têm causas conhecidas e sintomas específicos. Normalmente, são denominadas síndrome também aquelas alterações das quais ainda não se sabe a causa (BRASIL ESCOLA, on-line).
A definição ampla para a síndrome do impostor é a autossabotagem, que cria mecanismos para o indivíduo fugir de certas experiências, por exemplo, aquelas em que não se sente seguro para desempenhar uma determinada atividade, incluindo promoção de cargo na empresa ou a liderança de algum projeto. Assim, perdem-se boas oportunidades e, posteriormente, vem o arrependimento.
Essa síndrome me faz lembrar do desenho animado que assistia, quando menino, de Hanna-Barbera, do leão (Lippy) sempre com o pensamento positivo e feliz, “em óculos cor-de-rosa”, encontrando oportunidades em tudo, e seu amigo, a hiena (Hardy), o eterno pessimista, dizendo que nada nunca ia dar certo, que tornou conhecida a Síndrome de Hardy, com a pessoa sempre para baixo, dizendo o negativo nas oportunidades com a frase “ó vida, ó céus, ó azar, não vai dar certo”.
Fonte: Divulgação (on-line).
O modelo mental do coachee e a forma como se pensa podem aumentar ou diminuir qualquer crença que é limitante ao seu desenvolvimento, o que também pode ser reforçado pelo meio em que a pessoa se encontra e, algumas vezes, a autossabotagem pode ser decorrente da forma como as chefias autoritárias depreciam o seu colaborador, prejudicando profissionais dentro do ambiente de trabalho, com reflexos de frustração na vida pessoal.
Alguns estudos comprovam, por outro lado, que a autossabotagem pode ter origem na infância, provocada por um nível alto de cobrança pelos pais e, ainda, o convívio social pelos mais tímidos, que também pode ser a causa dessa síndrome.
O profissional pode ter todas as competências técnicas para assumir um cargo, mas por acreditar que não merece ou que não vai dar conta, começa, de forma inconsciente, a criar ações para sabotar uma possível promoção, agindo da forma como acredita e, desta forma, não crescerá na carreira se esse comportamento de autossabotagem não for controlado.
Nos processos de coaching em que encontramos essa situação, trabalhamos no sentido de levar a autoconsciência e percepção da realidade, e demonstramos como a síndrome do impostor pode prejudicar profissionais dentro do ambiente de trabalho e na vida pessoal.
Fonte: BUENO (2019).
Os sentimentos detectados em algumas sessões de coaching, com base em algumas reações de coachees são:
Não pertencimento – sentimento de que não merecem estar onde estão, o que pode fazê-los se afastarem de determinados grupos profissionais ou pessoais.
Procrastinação – decorrente de uma insegurança sobre as tarefas a executar.
Autodepreciação – comentam sobre seus defeitos com muita frequência, o que significa não gostarem de suas qualidades e caraterísticas, tornando-as pessoas amarguradas consigo mesmas.
Ingratidão – face a não aceitarem que são bons em alguma habilidade, acabam tendo dificuldade para aceitar que outros os ajudem, rechaçando elogios e contrapondo as pessoas todo o tempo, tornando-se cada vez mais difícil apreciarem os reconhecimentos recebidos.
Autocrítica excessiva – avaliações pessoais perdem contato com a realidade, anulando a capacidade em aprender lições com os erros. Além disso, se punem o tempo todo.
Comparação – esse pode ser considerado o principal sinal da síndrome do impostor, pois o profissional ou pessoa só consegue encontrar boas características nos outros e nunca em si próprio.
Dependência aprovação externa – aceitam demais opinião de terceiros, chefias, acatando tudo o que é imposto, sem discutir os efeitos em si, numa determinada atividade e no trabalho.
Fonte: PRATICAR (on-line).
BRASIL ESCOLA. Diferença entre doenças, síndromes e transtornos. Disponível em: <https://brasilescola.uol.com.br/doencas/diferenca-entre-doencas-sindromes-transtornos>. Acesso em 10 de abr. 2023.
BUENO, A. ‘Será que sou uma fraude?’. Conheça a síndrome do impostor. 2019. Disponível em: <https://www.medicina.ufmg.br/sera-que-sou-uma-fraude-conheca-a-sindrome-do-impostor>. Acesso em 10 de abr. 2023.
GUPY. O que é síndrome do impostor e como combatê-la? Confira! Disponível em: <https://www.gupy.io/blog/sindrome-do-impostor>. Acesso em 10 de abr. 2023.
PRATICAR. Você conhece a Síndrome do impostor? Disponível em: <https://praticarensino.com.br/voce-conhece-a-sindrome-do-impostor>. Acesso em 10 de abr. 2023.